terça-feira, 24 de janeiro de 2012

REPENSAR MARKETING E ESTRATÉGIA - A interiorização dos shopping centers


Bom, esse é mais um artigo bem interessanta da GS&MD, fazendo uma análise do recente fenômeno de expansão de shopping centers por todo o Brasil, num ritmo nunca antes visto por aqui.

Estamos, cada vez com maior intensidade, rumo a uma padronização de consumo e consolidação de setores (entre os quais o de shopping centers), assim como já acontece em forma intensa nos EUA, e no mercado Europeu de uma maneira geral.

Esse fenômeno de shoppings em particular, é muito interessante pelo fato de que a expansão de bens de consumo no geral é intrínseca a esse fenômeno. É uma simbiose, pois uma coisa alimenta e puxa a outra. E nos padrões atuais esses fenômenos estão diretamente conectados, pois cada vez mais desloca-se o centro comercial do centro das cidades para as áreas de compras específicas, que no caso do Brasil se resumem a Shoppings centers, e alguns poucos casos de outlets.

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Nos próximos dois anos, atingiremos um número recorde de shopping centers no Brasil. Seremos uma nação com 500 centros comerciais de grande porte! Estes imensos templos de consumo da classe média acabam de chegar nas cidades até 100mil habitantes, dando acesso à sociedade local de produtos e marcas até então acessíveis apenas aos moradores das grandes cidades. Ainda não chegamos ao padrão americano, onde lá é considerado como viável para a construção de um shopping cidades com populações de até 30.000 habitantes. Para entender melhor, hoje existem mais de 10.000 shoppings em território americano, que cumprem o papel de estender para toda a sociedade hábitos de consumo muito semelhantes. Graças aos shoppings, os americanos hoje vestem praticamente as mesmas roupas, comem os mesmos sanduíches, calçam os mesmos sapatos e assistem simultaneamente aos mesmos filmes nos cinemas! A configuração e o mix de lojas destes empreendimentos são muito semelhantes, dando muitas vezes a sensação de déjà vu para quem os frequenta. Algo semelhante está em formação no Brasil.

Voltando ao número mágico dos 500 shoppings no Brasil, isso traduz a boa fase e a maturidade do varejo nacional e sobretudo contribuem para dar a um cidadão de uma cidade do interior acesso a produtos, marcas e serviços inéditos inserindo-os como um cidadão do mundo. Vivemos hoje a ditadura das marcas, (no bom sentido claro!) pois as pessoas querem participar do processo de globalização, já que cada vez mais possuem acesso a informação. Dos cerca de 100 shoppings em construção no país, cerca de 35 estão localizadas em cidades que receberão seu primeiro shopping center. Cidades como Botucatu em São Paulo, Sinop no Mato Grosso, Lages em Santa Catarina, Linhares no Espírito Santo são alguns exemplos. Outro fenômeno nesta área é que em muitas cidades estão sendo anunciadas a construção de um segundo empreendimento, na maioria das vezes com um projeto muito superior e sofisticado ao dos já existentes, que muitas vezes são empreendimentos que nasceram a cerca de 15 a 20 anos atrás em um outro momento do mercado, e que já se encontram defasados e envelhecidos por falta de investimentos de modernização e por serem administrados de forma amadora, com um pensamento local, tornando-os pouco atrativos pelos consumidores.

Para o varejista que expande nestes novos centros de compras, esta é uma chance única de poder participar destas novas fronteiras com sociedades ávidas por novidades, com uma certa demanda reprimida e em fase de formação de clientela e dos hábitos de consumo viabilizando a sua expansão e podendo gerar um aumento de vendas. Cenário muito diferente do encontrado nas capitais e nas grandes cidades onde os custos de ocupação estão muito elevados e a concorrência muito acirrada. Claro que também não são só flores. Alguns empreendimentos lançados recentemente em cidades do interior tem sentido o enorme impacto que eles representam para a sociedade local quando abrem as sua portas. Num primeiro momento, existe fenômeno que é um misto de desconfiança, estranhamento dos consumidores e conflito com os varejistas tradicionais da cidade. O consumidor tem a sensação de que os produtos são mais caros e resistem em alterar seus hábitos. Mas com o tempo, os mitos caem e os resultados tendem a acontecer com o tempo. Demandam portanto uma certa paciência até que estes shoppings “peguem” e as vendas aconteçam. Mas este é o preço que se paga pelo pioneirismo e pela conquista de novos mercados da qual apenas um país como o nosso que está crescendo muito e que possui dimensões continentais ainda proporciona aos varejistas. Está aberta a porteira!

Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br), é sócio-diretor da BG&H Real Estate
http://www.gsmd.com.br/pt/artigos/repensar-marketing-e-estrategia/a-interiorizacao-dos-shopping-centers-20120123-204010?__akacao=720215&__akcnt=f8c98c50&__akvkey=e718&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Mercado+%26+Consumo+24%2F01%2F2012

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